Conceição Evaristo

Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em uma família muito pobre e numerosa, tendo nove irmãos. Foi criada na periferia de Belo Horizonte e teve em sua mãe uma incentivadora da leitura. Joana Josefina Evaristo Vitorino colecionava cadernos de seus próprios escritos. Mais tarde, Conceição saiu da favela para poder conciliar os estudos do curso normal enquanto trabalhava como empregada doméstica. Concluiu o curso normal em 1971, já aos 25 anos.

Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1973, onde passou num concurso público para o magistério. Trabalhando como professora municipal, prestou vestibular para o curso de letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na universidade, ainda na década de 1980, entrou em contato com o grupo Quilombhoje, que a incentivou a iniciar sua escrita. Estreou na literatura em 1990 com obras publicadas na série Cadernos Negros, publicada pela organização.

Entre 1992 e 1996 cursou mestrado em letras-literatura brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Sua dissertação foi intitulada Literatura Negra: uma poética da nossa afro brasilidade.

Em 1999 passou a lecionar na Universidade Federal Fluminense (UFF), mantendo este vínculo até o ano de 2011. Em 2008 ingressou no doutorado em letras-literatura comparada da Universidade Federal Fluminense, concluindo os estudos em 2011.

Após seu doutoramento, serviu como professora em diversas instituições, tais como o Middlebury College, a PUC-Rio, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A escritora Conceição Evaristo foi homenageada, em 2023, com o Troféu do Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano de 2023. O prêmio vem em reconhecimento a sua contribuição à literatura brasileira, bem como também em decorrência do lançamento de ‘Canção para Ninar Menino Grande’, obra literária lançada em 2022, na qual a autora aborda de forma habilidosa as contradições e intricadas nuances que envolvem a expressão da masculinidade por parte de homens negros, explorando também suas repercussões nas relações com mulheres negras.

Escrevendo nos gêneros da poesia, romance, conto e ensaio, Conceição Evaristo é hoje uma das maiores personalidades da literatura contemporânea feminina brasileira, homenageada como Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti, em 2019, cujas obras resgatam a ancestralidade e recuperam a genealogia “negro-brasileira”, retratando o cotidiano das mulheres negras e os preconceitos que enfrentam nos âmbitos social, cultural e político. 

A literatura como denúncia é uma das características de Conceição Evaristo, relatando ao leitor as dificuldades, os infortúnios, o descaso social, os obstáculos e os impasses dos moradores das favelas e becos.

 

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