Sônia Guimarães

Não haverá futuro sem inclusão social 

“No ensino fundamental, me disseram que eu nunca aprenderia física. Eu terminei aquele ano como a segunda turma do colégio inteiro na disciplina. Na universidade, a história foi parecida. Infelizmente, é um fato em todas as áreas que, pela cor da pele, você tem de ‘matar dois leões por dia’ — e juntando com o fato do gênero, são ‘quatro leões por dia’” 

Nascida em São Paulo-SP, filha de pai tapeceiro e mãe comerciante, Sônia sempre estudou em escolas públicas. Na adolescência, ao decidir prestar vestibular, começou a trabalhar para poder pagar um cursinho. Foi aprovada em física na Universidade Federal de São Carlos. Seguiu para o mestrado em física aplicada e doutorado em materiais eletrônicos na University of Manchester Institute of Science and Technology, na Inglaterra. Ao concluir a pesquisa, em 1989, tornou-se a primeira brasileira negra doutora em física. A cientista é especializada em semicondutores, partículas que são a base dos smartphones e desenvolve pesquisas com diversos materiais eletrônicos e insumos para a indústria automotiva. 

 Em 1993, foi a primeira mulher negra a ser docente do conceituado Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, quando as mulheres ainda não eram aceitas como alunas. Hoje incentiva as meninas a ocuparem esse espaço do meio científico. “Até 1996, mulheres eram impedidas até mesmo de prestar vestibular para o ITA. Hoje, as melhores notas do vestibular são de mulheres”.  

A atuação da Sônia Guimarães vai além da física, ela também é conselheira do Conselho Municipal Para a Promoção de Igualdade Racial da prefeitura de São José dos Campos (SP), que tem a finalidade de propor, políticas de promoção da igualdade racial, com ênfase na população negra, povos indígenas e outros segmentos étnicos. Seu objetivo é combater o racismo, o preconceito e a discriminação racial; desconstruir preconceitos e reduzir as desigualdades raciais, em especial nas áreas educacional, econômica, financeira, social, política e cultural. Para Sônia é necessário descolonizar a Ciência e entender que o conhecimento não é proveniente apenas da Europa.  

 

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Sônia Guimarães, a primeira mulher negra a ser doutora em fisica no Brasil

Conheça Sônia Guimarães, a primeira mulher negra doutora em física

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